Até mais ver: Diário de Bordo - Capítulo 3 de... desisti de pensar em um bom nome.

quinta-feira, abril 02, 2015

Diário de Bordo - Capítulo 3 de... desisti de pensar em um bom nome.

Adendo: Rabugices do mr. Poneis [Mostrar]

Prólogo: Sem pilha para ir fazer a trilha
Já sobrevivi a duas excursões... Mas meus associados estão apenas começando. Vocês precisam ver o brilho de satisfação em seus olhos e os planos para o futuro que eles maquinam enquanto estão sorrindo. Não tivemos tempo para nossa reunião estratégica, então foi tudo pelo WhatsApp mesmo... Conforme fiquei sabendo depois, uma certa foto divulgada no Facebook de Furbi foi motivo de dor de cabeça para Itagiba e o Palilo, mas nada que pudesse ferir a sua moral imaculada... Eu espero... Também fiquei sabendo depois mas a Pati teve as suas desavenças com a epidemia de dengue que aflige nossa cidade, mas como brava aventureira que é venceu a gastura sem maiores problemas...

Os valentes guerreiros que aceitaram esta missão (Minha irmã segurando a câmera)

Interrompo este relato para fazer uma divagação. A cada estação chuvosa que passa, estas pestes vem ficando mais e mais preparadas... nossas medidas de segurança costumeiras já não são mais o suficiente. Professores parecem ser suas vítimas mais costumeiras... Temo que a única função do Aedes Aegypti seja a transmissão do vírus... Bela história de terror não?

... Diversos foram os apelos do Virgulino para que a data da excursão fosse alterada, pois esta época que antecede a Páscoa é um período atarefado em sua comunidade. Para o meu desterro e o dele, ele não foi atendido. Do paraquedas e da Gê minha única notícia foi uma foto de gatinho, para os momentos de fraqueza. Minha última esperança: Entramos na última semana de março e ninguém havia fechado com nenhum acampamento em para acertar nossa estadia. Estava esticando as pernas para relaxar quando o WhatsApp deu o brado: Minha sagaz irmã, através de seus contatos, encontrou uma pousada que estava disposta a nos receber. Foi por um triz... Bento Brandão e suas colinas verdejantes que nos aguardassem... Bom, ainda haviam os brancos e fofinhos marshmallows para assar na fogueira como nos bons desenhos animados. Mas ai o atacado local não tinha mais nenhum sobrando...

... Estou tão chocado que vou terminar o prólogo assim mesmo...

Dia 1 - Parte 1: Showdown in Help City!

O ponto de encontro ainda seria na casa do Palilo, mas dessa vez as 7 para que eu não me atrasasse. Não deu certo. Recebi as congratulações pelo meu vigésimo nono aniversário completo no dia anterior e partimos com a mesma formação de nossa última excursão. Primeira parada Lindóia, onde tomaríamos o nosso desjejum. Na verdade o meu segundo... seja lá como isso for possível... Tortas de frango, palmito, sucos e para mim uma coalhada, cuja diferença do iogurte eu sou incapaz de adivinhar. Menção para a decoração de páscoa que já aclimata a cidade. Infelizmente devido a sua posição em uma rua super movimentada, registros fotográficos estão indisponíveis.

O assunto a mesa: Um relatório da visita do Palilo e da Pati ao supermercado que envolveu uma situação embaraçosa com um carrinho de bebê, planos de dieta (melhor omitir seu autor) por causa de vestido azul que não serve mais e indagações sobre de que seriam feitos os marshmallows. Menções a Coralina, Nietzsche, Roque, Luna e o gato praticante de parkour que não puderam nos acompanhar... porque tem de cuidar da casa. Outra menção para uma gata que eu tenho em casa, que já jantou uma jibóia, ela também não pode vir... Isso e algum plano cabuloso para comemorar o meu aniversário em todo acampamento daqui para frente... Ou algo parecido com isso ...

Piramid Power

Terminada a nossa refeição dividimos os nossos grupos entre quem pagaria a conta e quem iria comprar carvão e gelo. Alistado no time do carvão e gelo tive um contratempo para alcançar o Palilo e o Furbi por ter um pouco mais de dificuldades em trespassar o mar de gente. Minha segunda opção, saltar o murinho... foi completamente refutada sob constatações do Furbi de que os acertos com a lei seriam implacáveis.

Adquirimos o carvão, mas o gelo estava em falta. Nossa opção seguinte, um posto de combustível próximo também havia ficado sem gelo, e inconveniente a lojinha de conveniência que visitamos depois também não tinha gelo, mas tinha copos descartáveis. Fomos assim até Socorro, que o Palilo carinhosamente apelidou de Help City, mas o estabelecimento local também não tinha gelo. Maldita seja crise hídrica que aflige o nosso país! Detalhe que todos os lugares que visitamos ostentavam o banner “Temos Gelo”. Isso se classificaria como propaganda enganosa?

Estávamos saindo do nosso cronograma, então foi decidido que o gelo que a minha irmã trouxe de casa e o fato de que a carne que adquirimos estava previamente congelada teriam de ser o suficiente. Dentre os assuntos que discutimos no caminho, estão os planos do casal de conhecer o mundo antes de chegar a idade de ter filhos... Que residem na grata possibilidade de um deles ganhar na loteria... No momento me omiti de questionar o fato de que o Palilo não acredita em loteria e de que a Pati também não me parece uma jogadora muito costumaz... O plano ainda é fazer uma caminhada para ver o sol nascer na Aparecidinha, aqui em nossa cidade natal mesmo... mas hei de recusar, porque missão extra significa post extra e eu prefiro evitar a fadiga...

Mr. Poneis fazendo cosplay de Homem Sereio...
Tinha ainda alguma coisa sobre o piloto suicida, que podia não ser bem um acidente... E todas as cinco vezes em que o pai da Pati esteve de cara com a morte e escapou apenas com uma simples “perda-total” em seus carros...

Dia 1 - Parte 2: Bem vindos a Arrelaros... só que não.

Então chegamos a Arrelaros (acredito que seja assim que se escreve) que foi o acampamento que minha irmã havia contatado... mais ou menos, visto que ela então relatou que seu interlocutor foi pouco cordial e até deixou ela pendurada no telefone por um bom tempo durante a conversa. Suponho que algo mais urgente tenha ocorrido na ocasião.

Tivemos nossa prova dos nove assim que descemos do carro. Cumprimentamos o dono do camping e fomos apresentados a sua esposa, que ele carinhosamente trata por “Dona Onça”. Quanto as acomodações, fomos prontamente informados de que o responsável é um especialista em matemática, capaz de fazer dois mais dois resultar em um. Um cara com muitos anos de engenheiro... de cana. Seu senso de humor característico foi referenciado por ele mesmo como próprio de Valinhos.

Nem queira saber onde a Pati subiu para bater essa foto...
Ele nos atendeu o melhor que podia, mas devido a um possível desencontro de interesses, sem maiores detalhes, digamos que alguns de seus preços, não estavam de acordo com as instalações. O que nos foi dado a entender é que para ele a locação de um chalé é mais vantajosa que ter campistas em seu gramado. Nestes termos, ele prontamente nos indicou o Camping do Vinho, digo Camping do Sossego que poderíamos conferir antes de acertar o preço com ele. Nos desejou boa sorte e até mesmo um futuro regresso, caso voltássemos a Bueno Brandão. Eu até gostaria de conjecturar possíveis motivos, mas o consenso unânime é de que fomos convidados a nos retirar... Sua indicação prontamente satisfez as nossas necessidades então acredito que posso deixar o assunto morrer aqui.

Bom, e assim começo a fazer resenhas e revelar fontes a respeito dos campings que visitamos em nossas excursões. Pedido de meus editores, certos de que isso expande os horizontes do blog, para além de uma redação de fim de semana para um possível serviço de utilidade pública. Quiçá um referencial para outros viajantes. Acho que com isso eu agora tenha de pesquisar informações a respeito de nossas estadias para atualizar os posts... Valham-me Deus e nossa Senhora...

... Voltando a nossa viagem chegamos ao Camping do Sossego onde fomos recepcionados por um casal de gansos, que assaltaram o nosso grupo com seus granidos bonitinhos e incompreendidos. Essa gente da cidade... Precisamos ser salvos pela dona do sítio que nos garantiu que Dudu e Dada são inofensivos, para total descrença de nosso grupo. As negociações aqui foram mais simples, então fomos prontamente aceitos. Era um dia atípico e tínhamos o acampamento todo apenas para nós. O consenso geral é de que dessa vez acertamos a mão.

Escolhemos uma das extremidades do sítio para fixarmos acampamento, a uma distância conveniente de todos os recursos que seriam necessários ao longo de nossa estadia. Tinha até uma vassourinha! Destaque para a produção de taiobas que a Pati garante tem um sabor indistinguível do da couve manteiga. Era uma plantação muito verde e vasta, mas acredito que não fizemos o devido registro fotográfico.

Pode falar... Ele esta fazendo chifrinho em mim, não está?
Vou omitir o elemento que o Palilo fez questão de tornar o centro de nosso acampamento para aquela estadia. Ele foi devidamente coberto, ninguém caiu sobre ele e nem mau cheiroso ele estava. Tudo isso para fazer menção a fauna abundante, que além de Dudu e Dada, continha cães, gatos, patos, canários (algum passarinho amarelo genérico) livres de qualquer gaiola, um rebanho bovino, uma égua com seus filhotes, uma delas um potrinho (fêmea) recém-nascida!

Prosseguimos nossa usual competição de levantamento de barracas. A equipe Gupa venceu por uma longa margem e em segundo tivemos a equipe FurbiDai, a equipe do Itagiba que contava com auxílio meu e de minha irmã veio em último, mas se questionado sobre o assunto, Itagiba é um homem que preza qualidade sobre velocidade. Terminados os nossos preparativos e depois de confirmar que o camping só serve almoços para campistas com reserva programada, fomos procurar pelas cachoeiras que deveríamos visitar. Bueno Brandão tem 33 delas, e nós apenas um fim de semana... haja disposição...

Dia 1 - Parte 3: Sobre o tombo que o Furbi levou...

Então seguimos para a cachoeira dos Pedros Luis, porque o Palilo planejava visitar a cachoeira do Sossego, a mais próxima de nossa localização mais a tarde, preferencialmente de noite. Não pretendia usar o modo de RPG desta vez, porque a grande parte do nosso trajeto foi feito de carro e o nosso grupo não conta com nenhum mago que seria capaz de conjura-los... Eu até poderia substituir o conceito de carro por algum outro transporte mais adequado ao cenário, mas todo o trajeto pareceu um comercial de esportivo 4x4 que se eu insistir teríamos de rolar um cenário mais contemporâneo...

O tombo foi tão forte que mudou o curso da cachoeira!
E daí somos brindados com um castelo medieval... Construído com pedras talhadas a beira de um monte! Com câmeras de segurança, cercas eletrificadas e um escaninho para o correio! Ao menos temos uma foto do Morram/Palilo forçando o portão, como se a nossa missão fosse tomar o castelo de assalto... e vamos parar por aqui antes que eu não possa mais me explicar...
Percorrendo pela cidade, pude notar o quanto Bueno Brandão se orgulha do seu turismo! Pousadas de todos os tipos e formatos circundavam o nosso caminho... O Palilo me explicou que isso é dado, com todos os recursos naturais que a cidade tem a oferecer. Para mim funciona.

Tivemos tempo até de conjecturar o porque do nome da cidade... a teoria mais legal é a de que famílias rivais, os Bueno e os Brandão tiveram um feudo pela posse da terra, mas batalha vai, batalha vem, seus jovens se casaram e um período de harmonia se instaurou simbolizada no nome da cidade, livremente adaptado da obra de Shakespeare.

Uma longa viagem e meia depois, chegamos a cachoeira dos Pedros, cuja taxa de visitação é a de $8 por pessoa. A cachoeira estava só para nós uma vez que o aniversário de Monte Sião absorveu todo o fluxo de turistas. O local todo desenhado serviria muito bem para a rolagem de uma aventura de Rpg, isso se eu estivesse inspirado... Em minha defesa eu tenho a dizer que aqui em Bueno Brandão todas as trilhas são muito bem cuidadas, com placas e avisos em todos os lugares e um total zelo pela segurança. Cadê o romance?

Talvez nas asas do avestruz... aquele enorme monstro pré-histórico que de diferente dos gansos tinha uma cerca viva a sua volta... Destaque para Dai que conseguiu atrair o bicho até a nossa presença, com direito a dancinha, imitação do chamado e até a mão no formato de... cabeça de avestruz... eu não teria feito melhor, e olha que eu tentei... acredito que não tenhamos o devido registro fotográfico...

Passada a passagem de cercas vivas, fizemos nosso caminho até a base da cachoeira, vale lembrar novamente, sem nenhuma dificuldade, todo o caminho muito bem cuidado e protegido com corrimãos. O local muito bonito e rendeu outra boa sessão de fotos, mas dessa vez nada tão criativo... No caminho de volta recebi indicações para quando adquirir um novo para de calçados para caminhada, em vista de que meus velhos pisantes adquiriram um furo novo.

Conhecendo o resto da trilha... creio que eu não tenho o que relatar sobre as conversas, porque além de ter ficado bem para trás, temo que a disposição das árvores interferiu com a propagação do som de modo que não participei efetivamente de nenhuma conversa durante esta parte da trilha. Se eu forçar a memória um pouco acredito que um dos assuntos fosse que o trecho era bastante adequada para trilhas de bicicleta. Tive tempo o suficiente de ver quando uma das árvores, pegou os óculos de sol da Dai e os jogou na cabeça do Furbi... O tipo de coisa que você nunca tem uma câmera para registrar. No entanto temos o testemunho do Itagiba...

Subida para lá de íngreme...
Então chegamos as tais piscinas naturais, piscina do professor e piscina do aluno... Não coletamos nenhuma informação do porque dos nomes, até porque as duas tinham a mesma profundidade de 70cm e a mesma restrição contra mergulhos e de todas as áreas que visitamos até então a que continha a água mais cristalina... mas estou divagando... o que importa é que a água era deveras gelada... e que o solo argiloso era ideal para batalhas de lama... pode confirmar com o Itagiba... Enquanto os rapazes foram e conquistaram uma pedra local, as garotas tentaram registrar fotos de um casal de borboletas azuis, com vários níveis de sucesso... Para não dizer que as garotas sequer tocaram a água a Pati foi e molhou os pés um pouco até um peixe chegar perto e acabar com toda a diversão dela...

No caminho de volta, observando melhor a trilha, notamos que várias das árvores apresentavam aquele fungo vermelho, que atesta a boa qualidade do ar presente no local... De volta ao ponto de partida, visitamos o restaurante local, decorado com entre outras coisas, um relógio de estação ferroviária, um candelabro antigo e quadrinhos com piadas de caipira. Ainda me impressiona o fato de conseguir entender palavra por palavra o modo de preparo de um “roiz cum repoio”.

Para a minha grata surpresa o restaurante era um self service, que mesmo sendo o meu favorito, me é o mais perigoso, dado que eu sou do tipo que come com os olhos... Lembro do Furbi argumentar os prós e contras do restaurante utilizar este método de serviço, mas por estar vários passos atrás não me inteirei dos detalhes... Para a ingrata surpresa da Dai que instalou seu aparelho ortodôntico recentemente eles serviam torresmo... Dourados, crocantes e saborosos pedaços de torresmo. Dos quais todos se serviram... exceto a Dai... Duas jarras de suco de laranja, conversas sobre os animais que ficaram em casa e uma estória sobre como ambrosia se parecer muito um cérebro coroaram o nosso almoço.

Para variar eu levei um bom tempo para terminar o meu almoço, todos os demais ainda tiveram tempo para pegar sorvetes de sobremesa e fazer a siesta sob sol. Na última meia hora que estivemos no local... o pessoal ainda brincou com os cachorros, teve tempo de atestar que a prática de arborismo não estava habilitada para este domingo e me mostraram que o local possuía cabos de tirolesa. Uma trilha ainda maior que a da viagem anterior... por $50! Ainda bem que ninguém jogou a carta de que o meu aniversário foi ontem... O que eu faria se alguém tem a infeliz ideia de fazer uma vaquinha para me pagar uma viagem de ida nesse troço? De presente? Fiquei calado e fui muito feliz obrigado!

Subimos até o escritório da administração para reportar que o Palilo perdeu a sua pulseirinha identificadora na piscina do professor... Atestamos que em Bueno Brandão tem “Uai Fai”, mas não tem Tim (para este propósito nem OI mesmo com todos os orelhões instalados dizendo o contrário.), novamente tive de emprestar um telefone para ligar para casa. Feitos todos os acertos, retornamos para o camping do sossego. Novamente sem detalhes da conversa no carro... porque eu simplesmente apaguei... narrador menos confiável não há...

Dia 1 - Parte 4: Histórias de terror de nível profissional

Em algum momento de nosso retorno da cachoeira dos Pedros, demos uma chance para visitar a cachoeira Santa Rita, mas declinamos a visita após constatar que $3 não valeriam a pena para visitar uma cachoeira que nós nem poderíamos entrar... Outros momentos peculiares desta visita incluíam uma tragédia que assolou um pobre ninho de formigas Lavapés, minha culpa e o encontro com um burrico que não tem registros fotográficos (a palavra chave deste texto!), porque o Fabiano se recusou... eu acredito que seja pessoal...

Seguindo pela estrada oposta e depois daquela curva errada em Albuquerque nos deparamos com a divisa de Help City... Ao fazer todo caminho de volta não havia mais tempo hábil então o que nos restou foi visitar o supermercado local, que também não tinha marshmallows... Logramos um par de chinelos para o Furbi, chocolates, isotônico e demos o dia por encerrado...

Noooosssa! Reunião de fãs da cobra Celeste
De volta ao Camping do Sossego, a senhora Brás (cujo nome eu não sei, porque me faltou o decoro e a oportunidade de perguntar), nos trouxe o contrato de serviço do camping... Preenchemos os formulários enquanto estávamos sendo devorados pelo enxame de borrachudos que chegou mais a tarde... Descuidar do repelente pode custar a vida de uma pessoa em dias assim...

As conversas que se seguiram, fizeram referência ao nível de detalhes que eu costumo empregar nestes posts do diário de bordo, que o Itagiba até considera perigoso. Em termo de habilidades não é nada impressionante já que o próprio Itagiba detém a habilidade de lidar com borrachudos descrevendo um número quatro com as pernas. Fui proibido de entrar em mais detalhes. Mais uma vez Furbi teve de tranquilizar as garotas sobre Dudu e Dada serem inofensivos, já que segundo a sua experiência, se eles fossem do tipo que atacam, nós já não estaríamos inteiros para ter esta conversa...


Observando nossos arredores observamos algumas abelhas coletando farelo de milho e uma motosserra que poderia ser útil se viéssemos a contar história de terror mais tarde... Notamos que havia um formulário a menos então rememorado da minha falta de presença tive de ir pedir uma última cópia na administração do camping... Os demais seguiram para observar a paineira centenária, também conhecida como árvore caverna...

Quando os alcancei eles foram admirar o potrinho recém nascida... Seu nome é Pérola Negra. Fomos instruídos sobre alguns fatos a respeito daquela família que ainda tinha a mãe Boneca e o irmão mais velho Trovão, o pai é de um outro sítio então não vive com eles. Ainda havia uma outra irmã (que acabamos por não inquirir o nome), que entregue nas mãos de um estranho para fazer a sua doma, encontrou um fim trágico de maneira mal explicada... Até onde eu entendi seu assassino já foi entregue a justiça... você nunca sabe o que pode aprender em uma conversa trivial...

Esperando pelo melhor... oferecemos nossos sentimentos e fomos preparar o nosso jantar... O senhor Brás então nos ensinou os caminhos para represa e para as cachoeiras, mas ninguém quis acompanhar o Palilo até lá em uma aventura noturna. Tendo severas dificuldades para preparar o fogo (culpamos o carvão), recorremos a uma técnica aprendida com o senhor Brás, papel higiênico e óleo de cozinha e obtivemos ótimos resultados! Passei o resto do jantar tendo que manter o fogo sob controle... A única casualidade desse jantar foi um gato que evoluiu em um charmander enquanto tentava filar um naco de carne... e que foi prontamente salvo pelo Furbi...

Para a conversa após o jantar... Digamos apenas que eu aprendi mais do que gostaria sobre a natureza humana... Foram conversas viscerais que eu não tenho como reproduzir aqui sem ferir a identidade dos envolvidos... Arrisco dizer que se tais relatos se tornassem públicos não seriamos mais bem vindos em nossa cidade natal... Talvez eu esteja exagerando já que somos apenas um grupo de amigos falando mal da vida dos outros... Nada a favor da censura, mas vai saber... Para encerrar a noite cuidamos de nosso asseio pessoal (detalhe para um bom banho quente que não dá choque, porque o registro é de plástico!), discutimos mais um pouco sobre política, vimos um animal estranho pendurado numa árvore com a lanterna do Furbi, admiramos um pouco o céu estrelado de Bueno Brandão e então fomos dormir...

Dia 2 - Parte 1: Aventura além da Aventura

Acordei cedo porque o meu colchão murchou. Minha irmã parece que estava acordada bem antes... Me servi de umas acerolas que a Pati trouxe para o acampamento, enquanto esperávamos os demais despertassem... Nessa ordem: Itagiba, Palilo, Pati, Furbi e Dai. Tivemos chocolate, biscoitos, pão com morta(n)dela e suco de caixinha para o nosso desjejum. Depois de fazer o asseio matinal descemos para conhecer a cachoeira do sossego...

Achei um bom lugar para meditar...
Todo o complexo tem 3 cachoeiras e ao longo da trilha, variáveis níveis de dificuldade, vale lembrar que uma peculiaridade das trilhas por aqui são o mínimo de estruturas e notificações de todo o tipo para os aventureiros esta sempre presente então dispusemos de trilhas divertidas e fotos criativas... A nossa formação foi com a Pati liderando e o Palilo prevenindo o mr. Poneis de não pisar aonde não deve... Uma das placas mais curiosas é uma que indicava o final da trilha e o nosso ponto de retorno, com o conselho mais legal que eu já vi até então: “Não se aventure além da aventura”. Queria um desses de volta lá nas 7 quedas...

Voltamos pelo pasto, que tinha o seu próprio e peculiar nível de desafio. Uma prova de campo minado! Entre mortos e feridos, só não se salvou a Pati... mas isso só foi motivo para outra foto comemorativa... Rebanhos soltos, cachos de abelha e orquídeas amarelas complementavam a decoração do pasto. Detalhe para uma casinha branca lá ao longe que não tivemos a oportunidade de visitar pois já estava na hora do almoço...

O Retorno daqueles que não foram...
Nosso almoço era composto de remanescentes do churrasco... e da vingança com pão com ragu da Dai, que desta vez ficou muito bom! O segredo era realmente a maionese... Tive a oportunidade de experimentar ser o churrasqueiro, mas ficou tudo muito salgado... realmente não tenho mão para essas coisas... Complementamos nossa refeição com arroz, salada de ontem e lembranças de um feijão que o Palilo fez que conseguia ser ainda mais salgado...

Convidados para o nosso almoço, um gato de três cores, o cachorro que zela pela segurança do sítio, Dudu e Dada que finalmente conquistaram a confiança das garotas... Em algum ponto um grupo montou acampamento logo ao lado do nosso (de todo o espaço que o sítio tem) para também comer o seu almoço... Qual era o assunto a mesa?

Para quem notou a foto anterior e estava esperando pelo pior...
Depois de ser derrotado pela quantidade supérflua de salada de tomate que ainda restara, fui tirar um cochilo em um banco próximo... O resto do grupo tomou parte em agendas diferentes, banhos, desmontar o acampamento, consumir uma sobremesa, conversar com os gansos, bater fotos com a paineira centenária e com a Pérola Negra e nos inteirar da prosa que o senhor Brás e sua esposa tinham a nos oferecer... um início de tarde bem produtivo...

Nos despedidos e acertamos nossas contas, quando tivemos uma grata surpresa: Pelo tanto de comodidades e o tanto de coisas para se fazer ali... foram os $25 mais bem gastos em uma viagem até então! Ainda tínhamos todo um domingo pela frente, logo nos despedimos de bom grado e partimos para o nosso próximo itinerário, A cachoeira dos Félix!

Dia 2 - Parte 2: Escadas para o Hades

Para a tarde tínhamos planos de conferir as cachoeiras dos Félix e a dos Machados 1 e 2... E provavelmente ninguém vai me explicar porque os donos destas instâncias estão sempre no plural (Não que eu tivesse parado para perguntar) ... Posso apenas conjecturar... Já na cachoeira dos Félix fomos recepcionados por vários cães e pelas regras de etiqueta num outdoor logo na entrada que pela primeira vez indicava minuciosamente que obedeçamos a um guia durante nossa expedição, detalhe que em caso de acidentes quem estaria isenta de responsabilidade não seria a cachoeira dos Félix e sim a cachoeira dos Luís...

Olhem as caras de tranquilos, sem saber o que estava por vir...

Paga a taxa de preservação de $7, e fomos apresentados ao nosso guia, um belo labrador sem nome (na verdade ele pertence ao sítio vizinho) e seguimos pela escada de pneus reciclados... 608 pneus e pouco menos de 300 degraus! Não que eu realmente tenha parado para contar, mas ainda assim eram degraus demais! Atingindo a base da cachoeira, apenas Palilo e a Pati vieram com roupas de banho, então apenas eles puderam se divertir... Minha irmã foi bater algumas fotos e Itagiba reservou um tempo para entreter o nosso guia... Furbi e Dai seguiram pela trilha adiante para fins de exploração... e eu arrumei uma pedra para me sentar porque a descida não foi tão gentil assim comigo...

Havia uma família de pai, mãe e filha (eu acho), que também estavam se divertindo na base da cachoeira... Evitei de prestar atenção, que eu sou do tipo que parece suspeito quando encara... Triste o negócio... Furbi e Dai foram forçados a retornar de sua empreitada pois além dali era um ninho de animais peçonhentos e caminhar ali sem a presença do guia haveria de ser pouco recomendável... Recebi como souvenir, algo que eu não sei precisar se era a múmia de uma tartaruga siamesa, ou um controle remoto de origem alienígena... um interessante paradoxo entre passado e futuro... mas só que não calhava apenas que era a raiz ressecada de uma planta local mesmo... Novamente sem registros fotográficos...

Comecei a indagar como aquela queda ficaria bonita em um dia de chuva e pude mais uma vez apreciar como Deus é bom para mim, mais do que eu mereço... Uma precipitação nos alcançou e encerrou a nossa visita ali mesmo... Para proteger nossos pertences... todos subiram as escadas de borracha com o máximo de seus seres e bom, eu fiquei para trás... A chuva que refrescava o meu rosto, meus pés pesados pela água, meus passos me torturando a cada investida e os meus pulmões doendo como se tivessem sido pisados por um caminhão... Queria eu um exercício melhor?

Subindo no meu próprio ritmo encontrei a Pati pelo caminho e me dei conta de que a subida não foi fácil para ninguém... tive de me desfazer do meu souvenir para conseguir terminar a min ha subida, dado que provavelmente as leis locais me impediam de traze-lo comigo de qualquer forma... Uma boa norma dessas excursões é que da natureza só podemos trazer fotos afinal. Alcançando o quiosque no alto das escadas, vi o resto do grupo questionando a existência filosófica do que seriam “pernas”, já que isso não lhes pertencia mais. Isso que o Itagiba estava intacto e o Palilo queria ir de novo... não disse nada até porque eu não podia... se eu abrisse a boca naquele instante, colocaria meus pulmões para fora...

Conversamos um pouco com o administrador da cachoeira, verificamos que aquela chuva já era esperada e aprendemos sobre o destino da cachoeira que é um afluente do rio Mogi-Guaçu... Visto que o clima inviabilizou nossa visita as cachoeiras dos Machados, decidimos procurar por lembrancinhas na cidade...

Pouco depois de uma escultura de Nossa Senhora... encontramos um charmoso café local, com hospitalidade mineira e preços paulistas. Nos servimos de algumas médias, cafés, biscoitos caseiros e apreciamos a arte em madeira... Havia também uma gatinha que se refestelava preguiçosamente sobre a tapeçaria, enfeitiçando os demais clientes... Os assuntos a mesa foram o desgosto do Furbi por doce de abóbora/mamão, um político de cara torta e ideias para um cardápio alternativo (sem carne) para quando acamparmos com o Virgulino e a Evelin no mês que vem...

Enquanto eu estava para cometer a imprudência de comprar uma rede que eu não teria aonde pendurar, os demais do grupo começaram a conversar com Adriano um guia de viagens local e se deixaram seduzir pela possibilidade de acampar aqui novamente ainda este ano... Fomos até convidados para os festivais gastronômico e de inverno... Lar do queijo da Serra do Salitre, que rivaliza com o queijo da Serra da Canastra, quem sabe não alteremos nossos planos de visitar Campos do Jordão...

Adquirindo alguns produtos locais inclusive um vinho da vinícola Fidêncio, nos despedimos de Bueno Brandão... Aonde ainda pudemos apreciar nossa última surpresa... a esquerda da estrada, próximos a saída da cidade uma visagem da cachoeira dos Machados 2, dita a mais alta de Bueno Brandão... uma despedida fascinante... Os assuntos então foram os pontos de vista otimistas do Palilo e da Pati de que eu deveria investir aqui no sítio e montar o meu próprio camping... Teria piscinas como as do camping das 7 quedas, uma diversidade de pássaros como no camping do Saltão e a hospitalidade do camping do Sossego... Sonhar é realmente algo para poucos...

Encerramos esta expedição no mirante do Socorro, junto ao bom e velho Cristo de bRaços abertos... Interessante que essa versão tem o queixo duplo! Animados com outra empreitada bem sucedida, agora temos planos, para uniformes, canecas personalizadas e adesivos para marcar a nossa passagem por acampamentos futuros... O consenso unânime é que devíamos abrir uma agência de viagens, com prospecto internacional... Todo mês um acampamento diferente em alguma parte do Brasil e um acampamento em alguma outra parte do mundo todo final de ano... Oh God have mercy on me!

Epílogo: Lá e de volta outra vez

Voltando para MM City (não fica tão bom quanto Help City...), foi decidido que a minha parada seria primeiro em minha casa para que todos pudessem avaliara a possibilidade de fazer um acampamento lá. Teria sido prático se eu soubesse onde fica a entrada de Itapira para esquivarmo-nos do pedágio... Já em casa, nos reunimos para avaliar os gastos e a bagatela de pouco mais de $100 reais foi confirmada de novo...

Tentem adivinhar que pose é essa. Eu desisti...
... Isso e fora o fato de já estar escuro, que não foi o suficiente para cegar o otimismo desses caras quanto a uma futura empreitada comercial aqui no Horto do Vergel... Ganhei as maçãs e a mortadela que sobraram, então eles seguiram o seu caminho... e com sua satisfação de dever cumprido... Eles foram tirar o sono dos justos e eu vim para o computador redigir este bendito diário de bordo... Se tudo der certo, poderei esquivar-me da missão extra: Aparecidinha e colocar meus afazeres em dia neste final de semana... Isto encerra o meu relato...

Sejam gentis comigo...

Até mais ver
Mr. Poneis

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