Até mais ver: Diário de Bordo - E Março veio feito um leão

terça-feira, abril 18, 2017

Diário de Bordo - E Março veio feito um leão

Prólogo: A Lebre do Mississipi
A história de hoje começa quando o intrépido Itagiba deixou este misterioso recado onde aceitava convites para uma partida amigável de poker... Ele também deixou outra oferecendo seus serviços como acupunturista, para o caso de alguém esteja interessado... Um série de acertos e desacertos mais tarde reunimos este grupo modesto no solar do Palilo para a tão aguardada partida, para qual o sagaz Itagiba acabou se desconvidando por motivos de força maior (que eu ignoro)... Presentes então estávamos Palilo e Pati nossos anfitriões, do um tanto atrasado Virgulino, a deste que vos fala, a breve presença da minha irmã e a ainda mais breve presença da Gê e do Paraquedas que também já haviam acertado um compromisso com a nobre arte do teatro...

Feitas as devidas atualizações de como nosso grupo passou estas últimas estações, destaques para os estranhos rumos que a política de nosso país vem tomando, o novo visual do Virgulino, o charmoso fogão de quatro bocas que o Palilo adquiriu e a mais nova turma de alunos da professora Pati. Cartas vem, fichas se vão e eis que surge o tópico que sempre gela a minha espinha mais do que deveria:, a nossa mais nova aventura! Nosso destino? A cidade das águas que curam, Olímpia, que convenientemente esta próxima do atual local de trabalho do nobre Palilo... a data de nossa partida? Em duas semanas! Os protestos do mr. Poneis? Ignorados! A quem interessar possa a noite terminou com outra daquelas minhas vitórias pouco expressivas, quando depois de tanto enrolar as cegas passam dos mais de 8000/4000... só para terminar com um par menor.

Depois de duas semanas muito pouco inventivas no trabalho, de eu me tocar que nenhum deles se esqueceu da promessa, e da surpreendente revelação de que a minha mala já estava pronta, fomos eu e minha maninha resgatados pela Pati e o Virgulino, para então partirmos ao encontro do Palilo em Catanduva, onde faríamos a nossa base de operações.

Durante a longa viagem revisamos alguns tópicos, como a possível expansão de nossas atividades para o Youtube, e todo o conteúdo que poderia nos servir de inspiração na confecção do nosso próprio, outros canais do YT, do Netflix, e grandes produções do cinema atual. Havemos de pensar em algo, afinal, o fato de que este blog está prestes a completar 10 anos de existência, finalmente bate a nossa porta!

Tres horas de viagem e uma parada em um posto para um breve jantar, onde pudemos aprender sobre como o Virgulino acomoda os ensinamentos do professor Hawking e os da sua igreja. Então eis que finalmente chegamos ao nosso destino, o apartamento do jovem Palilo, que bem, estava nos esperando para a ceia... Mancadas a parte, três lances de escada acima e um breve tutorial de como rotear a internet do meu celular... que eu falhei em implementar, estávamos prontos para dar a noite por encerrada. E Catanduva é tão quente quanto o Palilo disse que era... Durma bem com um calor desses... Eu dormi... E bastante...

Dia 1: Arcanreitia
Quando retornei aos meus sentidos, descobri que o alarme do meu celular me falhou, E que todos já estavam bem despertos e se arrumando para a visita ao parque... Pela posição do sol, de certa forma estávamos atrasados, isso se você é uma dessas pessoas que precisa fazer valer cada centavo do seu ingresso...

Completos os nossos últimos preparativos seguimos para a rodoviária para conhecer o entreposto onde o Palilo costuma fazer o seu desjejum... O serviço é tão bom, que eles são responsáveis por colocar o "veni" em conveniência! Junto a nossa refeição tivemos reminiscências dos idos tempos de 3EMB, de como o Virgulino também é um imigrantes do 3EMA e como a vida de estudante era mais difícil na nossa época... Isso e uma resenha de como o currículo de artes carece de conteúdo. Acompanhamos um pouco do assunto da tv que era sobre o manejo de animais silvestres, e como são cruéis as pessoas que matam a fauna silvestre para abandonar seus cadáveres a beira da estrada, o que por sua vez nos levou a discutirmos um pouco sobre as nossas rotinas... e como eu deveria incorporar mais caminhadas as minhas...

Dali então tomamos o nosso rumo para o parque aquático, mas ainda assim tivemos tempo para conjecturar o que de fato seria um flamboyant e de ver o Palilo trabalhando, ou ao menos liderando alguns de seus colegas sobre uma situação específica do seu trabalho. Um caminhão desatento quase passou por cima da gente no processo... Mas saímos ilesos... Mais alguma discussões sobre o que há de bom no Netflix e a Pati percebeu que precisava de uma capa para proteger seu celular dos efeitos da umidade. Para nossa sorte haviam vários vendedores deste artigo próximos a entrada do parque. Graças as habilidades de negociação do Palilo e um pouco de constrangimento por parte da Pati o item necessário foi adquirido sem maiores problemas.

Algumas voltas no estacionamento e somos parados por vendedores de quotas... E pelo o que me explicaram é algo como ser dono do seu próprio 1/100 avos de algum baita empreendimento local, ainda hoje para usufruir lá na frente quando o troço estiver terminado... Detalhe para a abordagem bastante informal destas figuras ilustres que nos reconheceu o grupo todo como uma única família feliz, que segundo o Virgulino podia ser interpretado como um casal orgulhoso de seus três filhos adotados, mas que na verdade era um casal orgulhoso da sua filha que trouxe dois dos seus avós ao parque, pelo menos na versão assinada pelo Palilo...

Uma pequena fila mais tarde, finalmente adentramos o parque, e tudo para descobrir que eu seria privado de acompanhar senhoritas em trajes de banho porque o uso de óculos para adentrar nas atrações do parque não é recomendado... Bom, o parque se considera isento de responsabilidade sobre qualquer aparato que não esteja 100% firme a minha pessoa e que por isso pode ser danificado ou extraviado caso eu insista em trazer comigo... Pois bem, borrões podem ser atraentes se eu me esforçar um pouco... eu acho...

A condição anterior incluia calçados... De forma que passei boa parte desta tarde me locomovendo com passos estranhos e com as mãos junto ao corpo para evitar de tropeçar e ser processado por assédio... Todo mundo estava caminhando normalmente e para ser justo boa parte do parque vem com as suas porções adequadas de sombra e piso específico para quem gosta de caminhar descalço, então tomem isso como um exagero meu... No frigir dos ovos eu devo até ter recebido um obrigado do meu sistema linfático.

E então o choque de realidade, este era de fato um PARQUE AQUÁTICO. Toboáguas de todas as formas e tamanhos, e para todos os lados... Antes que eu pudesse me dar conta estava agarrado a um cercadinho de madeira para tentar me proteger deles... Tudo em vão... Graças as táticas de persuasão que o Palilo utilizou não foi muito para eu decidir arriscar a minha existência insignificante no tal do U-Turn...

Foram alguns dos 30 minutos mais vexaminosos que você poderia ter da minha pessoa, com choramingos, protestos vazios ataques de ridículo toda vez que eu olhava para baixo... Agora, eu não sei se o stress que me fez ignorar todo o resto... Mas o pessoal da fila até que foi bastante compreensivo com a minha situação...

O pior de tudo? Como o ditado ensina: “Para baixo todo santo ajuda!”. Provavelmente alguns dos trinta segundos mais horripilantes da minha vida e os trinta segundos mais ensurdecedores da vida da minha irmã que desceu comigo... Estupefato com a queda ainda fiquei estendido na saída do brinquedo até ser propriamente realocado... Relatos posteriores me revelaram que a descida do nosso casal de veteranos foi mais tranquila do que na vez em que o Palilo quase partiu a Pati ao meio com um abraço de suas pernas e que o Virgulino puxou a palha curta de novo porque teve de descer sozinho...

Brindemos nossos leitores com este pequeno de diálogo:
Responsável: Porque você esta sozinho você tem de sentar na boia da frente...
Virgulino: ??? Tem certeza que eu não posso ir na boia de trás?
Responsável: Se você não for na da frente é perigoso ela virar...
Virgulino: Você tem certeza mesmo disso?
Responsável: Ah... se não der certo você grita...
Se serve de alguma coisa ele chegou mais inteiro do que eu...

Passei mais uma hora e meia desnorteado seguindo o grupo como eu podia... Pude discernir algumas menções orgulhosas do Palilo de como a experiência havia me tornado mais forte no entanto... Somadas a alguma bravata sobre termos de fazer isto mais algumas vezes no futuro... Deus quisesse que ele estivesse de brincadeira... Quando restitui mais algumas de minhas faculdades mentais me achei em um lugar um tanto mais agradável... Eles chamam isso de piscina de ondas... Eu chamo de Uau...

Bem divertido esse negócio de ficar ali, apenas estatelado com a água desesperadamente tentado entrar na sua orelha... Uma pena que surgiu a necessidade de desbravar aquele tanque até o final... lá onde os meus um metro de setenta e um não tocam os pés no chão... Sendo menos implicante do que de costume, até que é divertido ficar peitando as ondas enquanto tento avançar... Eu parecia mais uma craca preso no paredão do tanque, mas mesmo assim foi divertido... E mais uma coisa: Ainda bem que é proibido tentar subir na garça de resina que condecora a atração... Ainda bem...

Dali fizemos uma pausa para alguns refrescos... A ironia... cercados quase o dia todo por água e mesmo assim necessitando de recursos alternativos para nos manter propriamente hidratados... Isso que existe toda uma rotina, que é retornar aos guarda volumes, pegar o tal cartãozinho de consumação do parque ir até um dos quiosques estrategicamente planejados para este fim, escolher alguma coisa, pagar, bater uma foto e então matar a nossa sede... Mais ou menos isso... Provavelmente a foto é opcional...

Uma vez saciados, ficou decidido que este pedaço mal acabado de carne que eu chamo de coração ainda não estava pronto para outra, então eu recebi permissão para caçar o meu objetivo primário... as piscinas de água quente! Não achei elas a principio, mas o Virgulino achou algo muito melhor: Uma que vinha com jatos de ar pressurizados e uma cascata! A atração não tem exatamente um nome... mas se aceitam uma sugestão eu a chamo BEST PLACE EVER!!!

Sim senhor... em verdade eu lhes digo que eu não sou o maior fã de água neste mundo... mas mesmo assim tenho a impressão de que eu poderia passar boa parte do resto da minha vida ali dentro... Stress, dores musculares, preocupações mundanas... diga o seu mal... Você simplesmente sente tudo isso se esvaindo do seu ser... Com certeza alguns dos cem reais mais bem investidos da minha vida!

Isso que eu ainda não falei da melhor parte! Aquela cascata! Meu senhor, minha senhora... imaginem a maravilha que deve ser entre vinte e cinco a trinta quilos de água caindo sobre as suas costas massageando cada músculo do seu corpo... Isso, até aqueles que você não sabia que estavam doendo... Com certeza uma experiência ímpar... Podem perguntar o Virgulino até concorda comigo! Meus amigos... amo todos vocês! No dia em que eu morrer vocês podem me cremar e jogar aqui!

Divagações a parte... vamos a um breve relato do que se sucedeu ao grupo principal, cuja meta era conquistar os maiores tobogãs do parque... Destemidos que são eles subiram as filas devidas e desceram... Duas, três, quatro vezes... parece que eles tem vários brinquedos com esta temática no parque... dai eles voltaram para nos buscar... Era a hora do rancho!

Santa gravidade! Que sensação horrível ter de deixar o tanque e abraçar o fato de que eu peso cento e vinte quilos de novo... Alguém me explica de novo como que deixar o conforto da vida marinha, mãe de toda a existência conhecida pelo homem pode mesmo ter sido considerada uma evolução? Divagações ignorantes de natureza egocêntrica a parte... Fomos o grupo todo em peregrinação para lancheria mais próxima... Avistada após algumas voltas pelo parque em busca do preço mais palatável possível... Atenção para um dos quiosques que possuíam manequins de baianas fazendo cosplay de Vênus de Milo...

Devidamente acomodados, pudemos então desfrutar de uma fritada de peixe, camarão e batatas,. Porções generosas, muito bem servidas ,com molhos diversos, limão e wi-fi de brinde... Para beber, Coca-Cola. O assunto a mesa foram memórias que o Palilo e a Pati tem do Chile e de Maringá, algumas memórias que a minha irmã tem do Japão e o Virgulino do Rio de Janeiro e Brasília... e alguns dos livros que o pessoal mais erudito de nosso grupo vem consumindo no momento...

Depois que a Pati compartilhou uma foto do nosso almoço com um grupo aleatório que ela tem no Whats App, terminamos nossa refeição, nos espreguiçamos um pouco e seguimos viagem... Meu objetivo era retornar direto para a cascata artificial sem nome, mas parece que havia bastante o que ver pelo parque... Então visitamos o Rio Bravo, que mesmo com o nome pouco indicativo, é perfeito para depois das refeições, já que são vinte minutos de caminhada só para atingir a fila do brinquedo... O resto da atração se resume a passear sobre uma plataforma mecânica, que gira e escorrega, dividir uma embarcação com um grupo aleatório de visitantes que você conhece lá mesmo e apreciar a dinâmica do brinquedo... que se empenha por demais para aterrorizar os seus passageiros, com barulhos altos, esguichos e um elefante de resina...

Como o Rio Feroz acabou reabrindo o apetite da Pati, por isso seguimos até a venda que pode ser avistada na curva do rio para que ela pudesse se servir de alguma coisa mais substancial... Milho cozido. Lembro de termos pego paletas mexicanas e energéticos também. Enquanto esperávamos... eles já começaram a fazer planos para uma de nossas futuras excursões... Ceará, Mato Grosso, alguns vizinhos sul americanos e quiça Estados Unidos... não tenho muita certeza... Paralelo a isso, o Palilo me fez um último apelo para visitar os tobogãs verde e amarelo com ele... Me safei ao afirmar que se houvesse um tobogã azul no parque eu iria com ele... bem esperto diga-se de passagem...

Uma das últimas atrações que nossos anfitriões nos recomendaram eram uma dessas piscinas recreativas que combina aquele jogo de pedra maldito com trepa-trepa... Não tem um nome específico, apenas dois caminhos de flutuadores sem qualquer suporte. E um pequeno jogo de amarras para se dependurar... O único objetivo é chegar do outro lado... Bastante divertido quando você é forte o bastante para levantar o seu próprio peso... Segundo o Palilo e a Pati o brinquedo mudou bastante desde a última vez que eles viram, exceto que o seu público alvo em sua maioria ainda são crianças... Mas ninguém falou nada sobre exclusividade, então simbora...

Em busca de mais algumas coisas para fazer, O Palilo sugeriu que visitássemos o mítico mar morto, mas como não tínhamos a mínima indicação de como chegar até lá, resolvemos visitar o Ofurô... neste ínterim, minha irmã se separou do grupo para resolver algum outro assunto então tivemos de esperar por ela num tal de "Sossego" que era só uma piscina rasa...

Retomamos nosso caminho rumo ao Ofurô apenas para fazer uma curva errada acolá e eu poder queimar a língua... Pois ali estava, um bendito escorregador azul, três deles... Vocês precisavam ver o rosto de triunfo do Palilo... Depois de alguma negociação e algumas lamúrias consegui descer apenas no que parecia menos radical, mas ainda assim veloz o bastante para lavar a minha sinusite com a queda... No estado que deixei esta volta, lamento dizer que não passei uma boa impressão para os jovens que pretendiam visitá-la logo em seguida...

Alcançamos o resto do grupo para ver que o tal Ofurô, com seu chão forrado de pedrinhas polidas que judiam das pessoas com o fígado ruim e borbulhas de ar para massagens mais elaboradas... infelizmente uma piscina aquecida a uma temperatura de 40°C não é exatamente muito divertida nestes dias quentes de começo de primavera então nossa estadia ali foi breve... E sim, o retorno triunfante para a melhor atração do parque! Aprumado lá até a hora de fechar... 3 horas nunca passaram tão rápido! Detalhe de como a população ali mais que dobrou desde a última vez que pousamos ali... Mas nada que fosse motivo de preocupação...

Com os últimos minutos, Virgulino ainda experimentou correr uma última vez na piscina do rio kwai... Mas sua diversão foi cortada pela metade porque uma das trilhas estava com uma corda solta... Ou assim eu pensei já que mesmo assim ele fez uma volta completa... Como, eu não faço ideia... Então, de volta aos guarda volumes, descobri que era o único lesado que não trouxe uma muda de roupa extra e que teria de voltar encharcado... Na saída ainda sobrou tempo para a Pati emprestar seu celular para uma senhora que foi abandonada pela sua família na saída do parque... e completar a sua boa ação do dia...

De volta a base eu quebrei o chuveiro do Palilo... mas o resto desta história vai ficar para uma próxima vez... já que este post já demorou demais para sair... Tentar postar do trabalho não é a coisa mais pratica do mundo, em meio a semana de provas... Dia desses volto com a parte dois...

Fim da parte 1!
Até mais ver
Mr. Poneis
Ps.: E foi com um título emprestado mesmo... duas outras tentativas foram "A volta dos que não foram" e "Lá e de volta outra vez"...

Ps2.: Agora, providenciar algumas imagens a mas (acho que vai ser uma imagem do google mesmo...)

Ps3.: Aprender a planejar cortes no texto...

Ps4.: Nossos agradecimentos as Thermas dos Laranjais. Visitem vocês também!

Ps5.: Para futura referência

Ps6.: Faz tanto tempo que eu nem lembro mais o que postar aqui... Mas garanto que vocês não estariam interessados em nossas desventuras em Catanduva by night... ou na minha luta em um destes afluentes imediatos do Tiete...

Ps7.: O que me lembra que eu deveria assistir Sangatsu no Lion... mas será que eu consigo ver outro drama depois de Shigatsu wa Kimi no Uso?

  • Facebook
  • Disqus
  • 0Blogger
comments powered by Disqus